



Ehuana Yaira Yanomami
Liderança Yanomami, artista, pesquisadora, mãe de quatro filhos e avó. Nasceu em 1984, em uma região preservada da floresta amazônica, onde continua vivendo hoje com sua família. É uma das organizadoras do Encontro das Mulheres Yanomami e pesquisadora pela Universidade Federal de Minas Gerais no projeto Redes de Cuidado. Além disso, tem se destacado como porta-voz das mulheres Yanomami tanto em reuniões e eventos que acontecem na Terra Indígena Yanomami como também entre os napëpë (não indígenas), na luta contra o garimpo ilegal e na defesa da floresta.
Intérprete

Ana Maria Machado
Mestra em Antropologia Social, indigenista e mãe de dois filhos. Trabalha desde 2007 com o povo Yanomami em ações de formação de professores indígenas, orientação de pesquisas autoetnográficas, projetos de documentação linguísticos e culturais. Coordenou a produção de 12 livros escritos nas línguas Yanomami. É uma das autoras do livro Línguas Yanomami no Brasil – Diversidade e Vitalidade (ISA,2019).
Nos últimos anos, tem se dedicado aos estudos de gênero e realizado ações voltadas para a melhoria da saúde das mulheres Yanomami. É pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais no projeto Redes de Cuidado.
Mediadora

Ilana Katz
Psicanalista, pesquisadora no LATESFIP/USP e doutora em Educação pela FE/USP. Tem pós-doutorado em Psicologia Clínica no IP/USP. Integra a Rede Nacional de Pesquisas em Saúde Mental de Crianças e Adolescentes (RePesq-SMCA).
Faz parte do conselho consultivo do Instituto Cáue — Redes de Inclusão; é cocoordenadora do Micélio – Programa de Coformação de Jornalistas-Floresta na Amazônia Legal e colunista de Sumaúma, jornalismo no centro do mundo.
Programação
9h
Palestra: “Por que vocês, napëpë, são tantos, mas vivem sempre fechados em suas casas?” Uma conversa sobre tecer redes de cuidado e fazer comunidade
Com a participação de Ehuana Yanomami, Ana Maria Machado e Ilana Katz
Saiba mais
10h30
Café
11h
Rodas de conversa
Saiba mais
Palestra de abertura
Horário: 9h • Local: Teatro
Não há necessidade de inscrição para a palestra
“Por que vocês, napëpë, são tantos, mas vivem sempre fechados em suas casas?” Uma conversa sobre tecer redes de cuidado e fazer comunidade
Enquanto o cuidado mútuo é a base da vida em comunidades indígenas, prevalecem, na nossa sociedade, a individualidade, a solidão e o medo. A perspectiva indígena sobre nossos modos de socialização é o foco deste encontro. Trata-se de um movimento necessário para desnaturalizar e ampliar nossos referenciais para outras formas possíveis de estar no mundo. Indigenizar o cuidado aponta para um caminho em que o futuro é ancestral.

Vivemos uma época na qual os temas que envolvem a experiência na escola e na família de nossos estudantes, seus filhos e filhas, têm atravessado nossas rotinas com força e presença. Nada mais importante para manter e fortalecer a potência e os vínculos necessários em tempos complexos do que o encontro, o diálogo e a reflexão conjunta.
Planejamos o encontro de 2025 novamente a partir dos temas presentes nas reuniões de alunos, familiares e educadores com a orientação educacional.
Neste ano, teremos uma palestra de abertura com a participação de Ehuana Yanomami e da intérprete Ana Maria Machado, com mediação da psicanalista Ilana Katz.
Após esse momento, as famílias participarão, de acordo com sua preferência, de rodas de conversa conduzidas por especialistas.

Rodas de Conversa
Horário: 11h • Local: Prédio do Ensino Médio
Inscrições encerradas
O limite de vagas por encontro é de 50 participantes.
Paulo Bueno

Como abordar temas sensíveis com filhos e filhas? Como falar sobre a morte, sobre a violência e sobre a sexualidade? Todas e todos que escolheram assumir as responsabilidades parentais já depararam com tais perguntas. Logo na primeira infância elas aparecem por meio de mordidas, lutos e curiosidades. Com o passar dos anos, novos impasses surgem e elas ganham outra roupagem. Mas será que estamos dispostos a escutar na mesma medida que procuramos respostas precisas, indo atrás de “especialistas”? Há uma infinidade de questões que nos colocam contra a parede na parentalidade. As respostas, muitas vezes, precisam de um tempo de elaboração e necessariamente deverão incluir, entre os elementos a serem articulados, a escuta às crianças e aos adolescentes.
Paulo Bueno é psicanalista, psicólogo, mestre e doutor em Psicologia Social (PUC-SP). Atua como supervisor clínico e institucional. É docente do Instituto Gerar de Psicanálise, pesquisador do Núcleo Psicanálise e Sociedade (PUC-SP) e professor convidado do Programa Fellowship -Columbia University. Autor de "Coisas que o Pedro me ensina: crônicas de uma paternidade".
Claudio Thebas

Procurando responder a essa pergunta, o escritor, palhaço e educador Claudio Thebas contará um pouco da sua experiência como pioneiro na educação para a escuta de si e do outro como forma de prevenção da violência e da criação de campos de autenticidade, compaixão e empatia.
Claudio Thebas é educador, escritor e fundamentalmente palhaço. É idealizador de vários projetos de conexão humana e transformação social. Seus livros ultrapassam a marca de um milhão de exemplares vendidos em 4 países.
Ismael dos Santos

Os meninos brasileiros são criados em um contexto de equidade de gênero? Como a relação com o pai e a mãe afeta as construções das masculinidades? As dores que os meninos sentem se refletem nas dores que eles causam? Essas são algumas das perguntas que vão permear o encontro.
Esse tema afeta não apenas meninos e pais, mas também meninas, mães e todas as pessoas que lidam socialmente com os desdobramentos dessas masculinidades.
Ismael dos Santos é jornalista, mestre em fotografia, consultor sobre masculinidades, equidade de gênero e raça e pai socioafetivo do Francisco. É cofundador do Instituto de Defesa da População Negra e coordenou o projeto "O Silêncio dos Homens". Dirigiu o curta “Origens”.
Kelli Angelini

Proteção das crianças e dos adolescentes e responsabilidades na era digital
Esta roda de conversa é um convite para refletirmos sobre as oportunidades, os desafios e as formas de proteção de crianças e adolescentes no uso da internet. Em um mundo conectado, onde o acesso à internet ocorre de forma precoce, é fundamental compreender os riscos digitais e o papel das famílias, das escolas e da sociedade na construção de um ambiente on-line seguro e responsável.
Partindo da pergunta "como equilibrar proteção, autonomia e responsabilidade on-line?", discutiremos os impactos da superexposição em redes sociais, do cyberbullying, do aliciamento digital, das ofensas em grupos de WhatsApp e do uso indevido de imagens na internet, além das consequências emocionais, sociais e jurídicas que essas experiências podem trazer para todos os envolvidos.
Kelli Angelini é advogada especializada em Direito Digital e Educação Digital. É mestra em Direito Civil pela PUC/SP, cofundadora do Instituto Educando Direito - formação de educadores, idealizadora do “Projeto Internet com Responsa – cuidados e responsabilidades no uso da Internet”, do NIC.br, e diretora jurídica da ONG Criança em jogo. É especialista no grupo de pesquisas TIC Kids Online e TIC Educação do Cetic.br e autora do livro “Segredos da Internet que crianças e adolescentes ainda não sabem”.
Andréa Nasciutti

A formação da personalidade ética de um indivíduo é profundamente influenciada pelas interações e experiências proporcionadas pelas famílias, que moldam a maneira como as crianças percebem o mundo e as suas relações interpessoais.
Esta roda de conversa é uma oportunidade para refletirmos sobre a importância de cultivar valores éticos e respeitosos no ambiente familiar. O encontro promoverá um espaço para discutirmos desafios, compartilharmos experiências e explorarmos práticas que favoreçam o desenvolvimento de uma convivência saudável e a formação integral de filhos e filhas em um contexto de respeito mútuo e ética.
Andréa Nasciutti é educadora, assessora escolar e pesquisadora na Faculdade de Educação da USP, com mais de 25 anos de atuação. Pedagoga e psicopedagoga, certificada em Disciplina Positiva e CNV (Comunicação Não Violenta), é também bacharel em Letras (USP). É membro do Grupo de Estudos em Educação Moral da UNICAMP/UNESP (GEPEM) e do Laboratório de Educação em Valores e Socioemocional da USP (Lab_Educare). Nos últimos anos, tem se dedicado a estudos sobre prevenção e combate ao bullying, clima escolar e desenvolvimento socioemocional.
Tiago Fidalgo

Nosso cérebro é programado para buscar a repetição de comportamentos prazerosos, a fim de garantir a sobrevivência da espécie. Mas e quando essa repetição se torna compulsão? Como lidar com isso?
Cada vez mais o tema das compulsões, especialmente aquelas relacionadas ao uso de álcool, tabaco, cigarro eletrônico, maconha, drogas sintéticas, entre outras, vem ocupando espaço de discussão em nossa sociedade. Mas será que realmente é um tema para preocupações ou apenas um comportamento normal de transgressão na adolescência? Será que essas compulsões estão mesmo aumentando entre os jovens ou somos nós que estamos prestando mais atenção nisso? É possível ficar compulsivo com comportamentos, como usar o celular ou navegar por redes sociais?
O objetivo é pensarmos juntos nessas questões.
Tiago Fidalgo é professor adjunto do Departamento de Psiquiatria da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-UNIFESP) e coordenador do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes (PROAD) do Departamento de Psiquiatria da EPM-UNIFESP. Coordena a Residência Médica em Psiquiatria da EPM-UNIFESP, é membro do Conselho Estadual de Políticas sobre Drogas (CONED) e líder da Academia Nacional de Medicina.
Ilana Katz

Esta roda é um convite para que possamos conversar sobre o lugar e a função do que entendemos como trauma na educação das crianças. A partir da discussão sobre o que traumatiza, consideraremos os efeitos que os traumas assumem na criação das crianças e daremos lugar às questões que nos atravessam no encontro com os filhos.
Cuidando da circulação da palavra, vamos partilhar compreensões sobre as ideias de frustração, limites e acolhimento que habitam o cotidiano das famílias e refletir sobre o modo como as experiências traumáticas se relacionam com o cuidado, produzindo aberturas e/ou fechamentos na vida de cada um e na perspectiva do convívio com os outros.
Ilana Katz é psicanalista, pesquisadora no LATESFIP/USP e doutora em Educação pela FE/USP. Tem pós-doutorado em Psicologia Clínica no IP/USP. Integra a Rede Nacional de Pesquisas em Saúde Mental de Crianças e Adolescentes (RePesq-SMCA).
Faz parte do conselho consultivo do Instituto Cáue — Redes de Inclusão; é cocoordenadora do Micélio – Programa de Coformação de Jornalistas-Floresta na Amazônia Legal e colunista de Sumaúma, jornalismo no centro do mundo.
Paula Fontana Fonseca

No exercício da parentalidade, acompanhar o sofrimento das crianças e dos adolescentes é um desafio.
Nesta roda de conversa, vamos pensar sobre como as formas de nomeação dos sofrimentos, ofertadas pelo discurso científico e social, impactam a educação das crianças e dos adolescentes. Por um lado, a nomeação nos situa nas relações sociais; por outro, delimita, restringe, nos captura em sentidos únicos.
Paula Fontana Fonseca é mestra em Psicologia (IPUSP) e doutora em Educação (FEUSP). Atua como psicóloga no Serviço de Psicologia Escolar do Instituto de Psicologia da USP e como pesquisadora no Laboratório de Estudos e Pesquisas Psicanalíticas e Educacionais sobre a Infância (LEPSI/USP). É autora de “Venha conhecer o mundo: subjetividade e experiência na educação infantil”.
Soraia Bento

Recentes estudos registram uma piora significativa nos indicadores de depressão, ansiedade, transtornos alimentares e automutilação entre crianças e adolescentes em vários países. Os estudos corroboram as preocupações de quem acompanha o dia a dia das crianças e dos adolescentes.
A proposta do encontro é pensarmos juntos as possíveis causas para esta alarmante situação e as possibilidades de atuação da família e da escola, que podem funcionar como fatores protetivos.
Soraia Bento é psicanalista, professora e supervisora do curso de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae. É especialista em Psicologia da Saúde pela UNIFESP.
Adriana Marcondes

Esta roda de conversa é um convite para refletirmos sobre as exigências de nossa época e sobre o modo como elas influenciam nossas expectativas em relação aos nossos filhos e filhas. Toda educação, escolar ou familiar, trabalha com desejos e possibilidades, mas e quando os anseios se tornam imperativos de performance e requisitos para a fabricação de uma pessoa de sucesso? As novas gerações carregam o pressuposto de que para uma vida de sucesso basta uma autogestão eficiente, mas e quando as coisas não saem como planejamos? Como a ideia de self-made man se sustenta diante de uma nota baixa, uma decepção amorosa, uma frustração, um desentendimento com colegas?
Sem o objetivo de buscar respostas definitivas, a ideia do encontro é fazer circular a palavra e tornar visíveis algumas concepções que marcam as interações com nossos filhos e filhas.
Adriana Marcondes é graduada em Psicologia pelo Instituto de Psicologia da USP, mestra e doutora em Psicologia Social pela mesma instituição. Trabalhou como psicóloga no Serviço de Psicologia Escolar de 1986 a 2000. Atualmente, é professora do Departamento da Aprendizagem, do Desenvolvimento e da Personalidade, do Instituto de Psicologia da USP. Pesquisa, principalmente, os seguintes temas: psicologia escolar, pesquisa-intervenção, educação inclusiva, relação saúde-educação.